FOTO GUSTAVO NAHAS
Morro do Pires
FOTO GUSTAVO NAHAS
ÁREA AMBIENTAL PROTEGIDA
O Jardins de Petrópolis está inserido predominantemente no Bioma da Mata Atlântica, cercado pelo Monumento Natural do Morro do Pires, e faz parte de uma Área de Proteção Ambiental, a APA Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A APA-SUL é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, e, segundo a Lei 9.985 de 2000, uma “Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais”.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Em 2000, através da Lei 9.985 foi criado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.
As Unidades de Conservação podem ser Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso sustentável. Para saber mais sobre a Lei 9.985/2000, clique aqui.
Existem, no entorno do Jardins de Petrópolis, algumas Unidades de Conservação de Proteção Integral, como o Monumento Natural Morro do Pires, o Monumento Natural Morro do Elefante, o Monumento Natural Serra do Souza, a Reserva Biológica Mata do Tumbá, e mais adiante o Parque Nacional da Serra do Gandarela, entre outras. Baixe aqui os arquivos do Google Earth das Unidades de Conservação ao nosso redor.
Ainda no nosso entorno existem Unidades de Conservação de Uso Sustentável, como a Reserva Particular do Patrimônio Natural/RPPN Mata Samuel de Paula, a Área de Proteção Ambiental/APA Fechos e outras.
FOTO AMAURY PIMENTA
CORREDORES ECOLÓGICOS Os corredores ecológicos são “cordões de vegetação nativa” que conectam Unidades de Conservação ou fragmentos de mata, evitando o isolamento e a extinção da fauna e da flora. Esta é uma solução possível para a manutenção da biodiversidade, o deslocamento de animais e a permuta genética na fauna e na flora.
O Jardins de Petrópolis faz parte do corredor ecológico do Vale do Mutuca – que liga o Parque do Rola Moça às matas da encosta da Serra da Moeda, às matas do Tumbá, do Jambreiro, da Serra do Gandarela, de Fechos e de Samuel de Paula. Faz conexão entre a bacia do rio Paraopeba com o ecossistema da bacia do Rio das Velhas, passando debaixo do Viaduto do Mutuca, na rodovia 040, única ligação física em um raio de 40 km. Assista ao vídeo da ProMutuca aqui.
Por isso, é importante preservar nossa mata, plantar árvores e proteger os sub-bosques, imprescindíveis para os animais silvestres. Da mesma forma, cercar apenas a área ao redor da casa, para que esses animais possam se deslocar livremente!
FOTO GUSTAVO NAHAS
AOS PÉS DO MORRO DO PIRES
O MONA, Monumento Natural do Morro do Pires, foi criado em 2012 pelo Município de Nova Lima através do Decreto Municipal 5.321. A transformação de uma área em Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.
Em 2016, foi realizado e aprovado o Plano de Manejo do MONA Morro do Pires. Segundo informações fornecidas pela equipe responsável, “as ações de manejo estão orientadas para o estabelecimento de parcerias com as comunidades do entorno para viabilizar a implementação de ações como a prevenção e o combate a incêndios e a educação ambiental das comunidades no entorno da unidade de conservação (já estabelecidas e futuras) e de seus visitantes”.
A manutenção da função do Morro do Pires como área de recarga de aquíferos está relacionada, entre outros fatores, à preservação de sua cobertura vegetal e contenção de processos erosivos e estabilidade geológica.
GEOLOGIA Quem anda por Nova Lima dificilmente deixa de ver o Morro do Pires - um marco na paisagem, um monumento natural em sua mais pura acepção.
Lá de cima, uma vista linda, a seus pés o Jardins de Petrópolis, com sua vegetação exuberante, chegando até o Ribeirão Macacos, que corre para o Rio das Velhas levando água para mais da metade da população de Belo Horizonte.
Se viajarmos no tempo, chegaremos à origem das rochas que compõem predominantemente estas paisagens tão mineiras:
. Supergrupo Rio das Velhas, com 2,77 bilhões de anos.
. Supergrupo Minas, o mais resistente à erosão, com 2,65 bilhões de anos.
. Grupo Itacolomi (do tupi – pedra menina), com 1,75 bilhões de anos.
Essas formações rochosas, compostas por quartzitos, filitos, itabiritos, entre outras formações ferríferas, definem a região e suas particularidades e são altamente resistentes à erosão.
Confirmando o velho ditado “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, foi o que fizeram os ribeirões ao longo da história geológica, de um lado o Macacos, de outro o Cristais e o Cardoso: cavaram seus leitos atuais deixando como testemunhas de outra era geológica os morros, as serras, os picos. Confira aqui, pelos arquivos de Google Earth, as águas da bacia do Rio das Velhas.
Como ocorre também com a Serra do Curral, a Serra da Piedade, a Serra do Caraça, o Pico do Itabirito, todos testemunhas de paisagens geológicas muito antigas que de tamanha beleza, o Morro do Pires nos tira o fôlego, nos convida a olhar, admirar e preservar.
FOTO GUSTAVO NAHAS
ÁGUA
Por não terem acesso ao abastecimento público de água, os moradores do bairro utilizam as águas originárias do Morro do Pires. Até bem pouco tempo esses mananciais suportavam a demanda existente e ainda contribuíam significativamente com o volume do Ribeirão Macacos. Mas com o passar dos anos, o crescimento populacional local, somado à utilização incorreta destes recursos, fez com que o volume de água declinasse, e, em alguns locais desaparecesse, nos períodos de seca.
A captação de água é regulamentada e administrada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas- IGAM, - que tem critérios, diretrizes e leis de uso da água, tanto para uso insignificante ou de poços artesianos. Consulte o site do IGAM e use a água seguindo a legislação vigente.
POR DENTRO DA LEI O Jardins de Petrópolis não possui rede de água tratada da COPASA. A água consumida vem de cisternas, nascentes, córregos e poços artesianos ou chega por caminhões-pipas.
Temos várias nascentes e córregos no bairro, mas é preciso conhecer as técnicas de captação e a legislação em vigor para preservá-las.
Para o uso da água de cisternas, nascentes e córregos, de acordo com a Deliberação Normativa CERH 09/2004, é obrigatório o cadastro de uso insignificante.
Para as captações de água através de poços artesianos, atualmente, a outorga é obrigatória e deve ser renovada seguindo a legislação vigente, mesmo para os poços perfurados há muitos anos.
A perfuração de poço artesiano somente pode ser iniciada após a autorização formal do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) e é fiscalizada pela Polícia Militar Ambiental.
Em períodos de estiagem algumas casas já passam por falta d’água. É um assunto tão importante quanto sensível, e, por isso mesmo, a ideia é pensar e agir de forma coletiva, envolvendo toda a comunidade.
Existem muitos poços artesianos no bairro. O melhor a fazer é procurar se informar se há algum poço nas redondezas do seu lote e verificar a possibilidade de compartilhamento. Afinal, são as mesmas águas do subsolo e com isso se economiza dinheiro, tempo e recursos ambientais. Um novo poço somente deve ser aberto se não houver outra alternativa.
Para melhor entendimento: se há captação de água de qualquer espécie, existe a obrigação legal em realizar o cadastro de uso insignificante ou outorga, indicando o tempo de bombeamento e a vazão.
FLORA
O Jardins de Petrópolis está inserido em uma região de vegetação diversa e rica, uma área de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado.
Nas áreas mais altas – na região do Morro do Pires, da Porteira d'Água e das encostas da borda do Morro – temos os campos de altitude com evidências de vegetação do Cerrado, onde destacam-se espécies como pau-santo, barbatimão, bolsa-de-pastor, araçás, candeias, gomeira e outras tantas espécies de árvores e arbustos que dividem o terreno com as canelas-de-ema, orquídeas e bromélias, espécies típicas de campos de altitude com afloramentos rochosos.
FOTO THOM MEDRADO
Na meia encosta, compondo a maior parcela do bairro, descendo nos vales em direção ao Ribeirão Macacos, ocorre a Mata Atlântica característica, com evidências de estágio secundário de regeneração. Nas áreas de contato da Mata Atlântica com o Cerrado é comum encontrarmos candeias, angico-jacaré, sangra-d'água, paulínia, mirsine, goiabão, canela, louro-pardo, e outras espécies características dessas faixas e das áreas de transição.
Nos vales e suas encostas, os jacarandás são frequentes, especialmente o jacarandá-tam, jacarandá-caviúna, jacarandá-da-bahia, com mais variedades de canelas, angico-branco, cedro, jequitibá e ainda tantas outras, como a braúna que é mais rara e ameaçada de extinção, mas ainda presente nas matas do JP.
FOTO AMAURY PIMENTA
FOTO AMAURY PIMENTA
FAUNA
O status de conservação da vegetação em nosso bairro favorece o abrigo e a convivência de uma fauna bem diversa. Entre os mamíferos de grande porte, temos relatos de veados, lobo-guará, jaguatirica, raposa, capivara e até onça-parda.
Entre os pequenos e médios mamíferos é frequente avistar coelhos tapitis, micos, macaco guigó, ratos silvestres, caxinguelê, cuícas, quatis, tatus e outros de hábitos noturnos, como os ouriços.
Entre as aves temos os jacus, saíras, nhambus, sanhaços, bem-te-vis, pica-paus, pombas, corujas, urutaus e muitos outros pássaros menores, coloridos e muito barulhentos. São comuns as maritacas, os tucanos e araçaris e não podemos deixar de mencionar os gaviões e falcões, que frequentemente planam sobre a nossa mata e, vez por outra, fazem seus ninhos nas encostas do Morro do Pires. O fotógrafo e observador de aves Amaury Pimenta registra várias espécies no bairro e região e nos presenteou com esse tesouro – veja aqui algumas de suas fotos.
Até 2017, a comunidade de primatas era muito especial, com vários grupos e famílias de guigós ou sauás, muitos grupos de micos, eventualmente alguns de macaco-prego e até mesmo guariba (bugios), mas a disseminação da febre amarela no Sudeste foi fatal para muitos desses animais. Grandes grupos foram dizimados em várias regiões, inclusive aqui em nossa comunidade. Agora, aos poucos, eles estão voltando a circular na região.
BRIGADA JACUATI
HISTÓRIA A história da Brigada no JP passa pela luta dos primeiros moradores do bairro que, mesmo sem nenhum preparo e poucos equipamentos, já se dedicavam bravamente ao combate, por compreenderem a riqueza do nosso ecossistema e também para proteger as famílias e as propriedades.
Aos poucos a Brigada foi criando forma, adquirindo equipamentos. Seus brigadistas são voluntários e, na sua maioria, são os próprios moradores. A principal missão da brigada é suprimir o fogo logo no início, por conta de um enorme volume de material combustível existente.
Em 2019, passou a ser chamada de Brigada Jacuati, após treinamento pelo Corpo de Bombeiros de MG, apesar de ser uma ação informal da comunidade. Neste mesmo ano foi realizada uma campanha para arrecadar fundos. Com as doações, foi possível comprar luvas, balaclavas, óculos, capacetes, facão, pás, enxadas, perneiras, abafadores, chicotes e dois sopradores, imprescindíveis.
O trabalho exige treinamento e os equipamentos precisam de constante manutenção. O esforço é contínuo e não apenas em dias de incêndio.
A brigada é parceira de brigadistas da região, por exemplo, do Arvoredo. Socorrem e são socorridos quando ocorrem incêndios nos arredores dos dois bairros. Além do combate efetivo das duas brigadas, otimizamos o uso mútuo dos equipamentos adquiridos, quando necessário.
Também fazemos parte do Projeto Brigada Carcará – Rota MG30. É uma parceria da Carcará de Brumadinho e Casa Branca com o consórcio de bairros da nossa região, como o JP pela ACJP, o Arvoredo, o Ville de Montaigne, o Jambreiro e o Nascentes (Vale dos Cristais). Estamos integrados a uma grande rede de informação.
Se quiser ver as áreas próximas onde a nossa Brigada atuou em incêndios, baixe aqui os arquivos para o Google Earth.
O apoio da ACJP é essencial e tem sido expressivo em vários aspectos:
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para a manutenção e o armazenamento dos equipamentos que ficam acondicionados no container doado pela Associação;
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na época de seca, a ronda motorizada avisa os brigadistas em caso de qualquer foco de incêndio;
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durante os combates, a ACJP disponibiliza água, carro e apoio das funcionárias administrativas.
Apesar de todas essas conquistas, ainda temos urgência de capacetes, óculos de proteção, luvas e uniformes adequados, rádios, bombas costais, lanternas de cabeça, cantis, manutenção dos abafadores e chicotes, além de treinamento. Precisamos estar preparados e contar com todos.
Você pode colaborar com dinheiro e/ou com trabalho voluntário, dando apoio logístico aos brigadistas - com transporte, água, refeição e etc - ou mesmo participando dos treinamentos.
Não queime folhas ou lixo! Apoie a Brigada Jacuati!
MAPAS
A ACJP acredita que para preservar o local onde vivemos é necessário conhecê-lo.
Conhecer a fauna, a flora, as nascentes, os córregos e rios. Conhecer as Zonas Especiais de Proteção Ambiental (ZEPAMs), conhecer as Unidades de Conservação (UCs – federais, estaduais e municipais) e as áreas verdes do JP.
Dessa forma, a ACJP reuniu e digitalizou arquivos do JP e do seu entorno para visualização no Google Earth, contendo rios, nascentes, córregos, áreas verdes, UCs e ZEPAMs, além das áreas queimadas por incêndios nos últimos 2 anos.
Na divisa norte do JP temos a UC Monumento Natural Morro do Pires, na divisa leste temos o Córrego do Farias e a ZEPAM Mata do Farias com aproximadamente 637 hectares, e outras UCs próximas.
Córregos e nascentes do JP, baixe aqui.
ZEPAMs do entorno do JP, baixe aqui.
Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, baixe aqui.
Áreas verdes do JP, baixe aqui.